domingo, 25 de abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

DEUS É AMOR (I João 4:8)

No “mundo cristão” são constantes os processos de transformação e mudanças. Na relação com Deus, um povo foi separado, procedimentos estabelecidos para relacionar-se com ELE. Depois vem Jesus que estabelece uma nova relação com o homem. Rasga-se o véu e o acesso ao Pai está livre. Passa a ser pessoal, o que não se verificava anteriormente, pois o povo de Deus dependia de sacerdotes para os sacrifícios expiatórios e profetas para “ouvir” a Deus. Bem, quando Jesus estabeleceu esta nova relação, fez quem não era, ser !

Mas existem hoje alguns que se “tornaram” pela Graça, se vêem mais merecedores, justos, sábios, conhecedores, etc, etc e etc. Assim, estamos vivenciando um momento de formação (ou deformação) de "novos" cristãos. São conhecedores de “princípios” de suas crenças (ou denominações), mas desconhecedores do Pai e de Sua incompreensível Graça. Privilegiam suas denominações e estufam o peito orgulhosos de sua condição de salvo. Tem a fé, mas não fazem a obra. E se alguém faz, que seja dentro de seus princípios, denominações, conhecimento, pois se assim não for, não vale, é inútil e ai daquele que receber tal obra.

Existe uma passagem bíblica famosa: A parábola do Bom Samaritano, em Lucas 10, que diz assim:

“30 E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31 E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
32 E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.
33 Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.
34 E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele;
35 E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.
36 Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37 E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.”

Tenho visto e presenciado, e acredito que você também, manifestações, expressões, atos de pessoas que ferem diretamente aquilo que “prega o cristianismo”. E olha que, destes atos, muitos cometido por quem se diz conhecedor de Deus.

Quer um exemplo ? A recusa de vários jogadores do Santos de irem à uma instituição Espírita que atende a crianças carentes. Jogadores “crentes”. E como tal, não poderiam se “misturar” com Espíritas. Mas existem dois aspectos interessantes acerca deste caso. Os “samaritanos espíritas” atendiam a crianças carentes de famílias “crentes”. Que absurdo !!! Como isso pode acontecer ?

Outro detalhe importante: “Eu não faço e os outros não podem fazer, pois não são crentes e isso não vale”.

Tenho uma irmã espírita. Mensalmente ela sai pelas ruas distribuindo alimentos à moradores de rua. Algumas vezes ajudo a preparar os marmitex. Então neste caso eu não deveria ajudar devido às minhas convicções teológicas e doutrinárias ? E se não ajudar, não seria esta uma manifestação do “esfriamento do amor” (Mateus 24:12) ?

Bem, penso o seguinte: se não faço, porque eles não devem fazer ? Quem me instituiu juiz para julgar intentos de outros para como outros ? E fundamentalmente, nestes dois casos, quem amou mais ? Quem mais usou de misericórdia ?

Não estender a mão ao próximo devido à "religião" é dar mais valor à embalagem do que ao conteúdo.

Ora, se tais sonegadores da misericórdia são “Embaixadores de Cristo” (II Coríntios 5:20), tenho que afirmar que Deus está mal representado na Terra. Mas, se você não é um destes, lhe digo: “Vai e faze da mesma maneira” (Lucas 10:37).

Em JESUS, de onde provém “toda boa obra” (Tiago 1:17).

Marcus Vinícius
18/04/2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quando Cair Não Basta

Cair não é fácil e ninguém quer…
Cair é sinal de fracasso…é queda.
Cair é sinal de fraqueza…e dói!
Aprendemos a andar, caindo.
Se a semente não cair na terra, ela seca.
Jesus disse que cair não basta; é preciso morrer.
Mas quem é que quer cair nos dias de hoje?
Muito menos morrer!
A vida brota da morte, da dor, da queda.
Muitos caem e não morrem, secam…
Se morressem, renasceriam.
Muitos não querem cair; se seguram como podem.
Muitos já estão caídos e não perceberam isso!
Jesus disse: “… lembra-te, pois, de onde caístes, arrepende-te!”
Jesus disse que a queda pode ser para cima, e que o subir pode ser para baixo.
Lúcifer subiu para baixo.
Jesus caiu, morreu, para cima.
Desceu para subir.
Lucifer subiu para cair e não se levantou mais…
Cair pode ser bom, pode ser Graça.
Subir pode ser ruim, pode ser maldição.
O cair para Deus pode ser subir.
O subir para os homens pode ser o cair.
Jesus disse isso…
Tem gente que pensa que está caindo, está subindo…
Tem gente que pensa que está subindo, está caindo…
Ambos precisam morrer.
Então Jesus diz:
“…se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto.” (João 12:24).

Quem lê, entenda!
Reinaldo de Almeida

sábado, 3 de abril de 2010

SOMOS ESCRAVOS DAS VONTADES ... DOS OUTROS !!!!

Você já foi desafiado a fazer algo que não queria ? Como os desafios de criança que diz: “duvido você fazer isso, ou aquilo ...”. É o desafio à sua capacidade, é provocativo e atenta contra sua honra. E isso não pode ficar assim, sem resposta. E muitas vezes a resposta é aquilo que não queremos mas, para manter nossas posições e sermos aceitos, enfrentamos, corremos riscos.

Claro que, em muitos casos, o “fazer algo” não tem nada de provocativo, nem atenta contra nossa honra, mas abrimos mão de nossa vontade por amor, por exemplo, aos filhos, pais, ao cônjuge e outros. É a escravidão por amor.

Mas não é destas vontades de que quero falar. Falo daquelas que nos são impostas pela sociedade, pelas nossas organizações. Certa vez li um texto, não me lembro de quem, mas dizia que era equivocada a máxima de que “devemos buscar fazer aquilo que gostamos”, pois ninguém nos paga para fazer o que gostamos. Se assim fosse, ficaríamos tirando fotos, lendo livros, assistindo filmes, ouvindo músicas, viajando, etc.

Isso é verdade, mas sempre buscamos adequar o máximo os “pilares” talento, vocação e prazer à realização e sucesso profissional.

Então, se não recebemos para fazer o que queremos, mas aquilo para o qual somos pagos, qual o limite para nossas decisões, visto que, muitas delas vão de encontro à convicções e valores, os quais, às vezes, são postos à prova ?

Bem, verdade é que temos o ímpeto de nos mostrar fortes e partirmos em “aventuras”, mesmo sem nos sentirmos à vontade, mesmo contrariando valores que construímos ao longo de nossas vidas, abrindo mão de valores pessoais e até de sonhos.

Nos tornamos escravos da vontade dos outros !

Segundo Durkheim, “as representações podem ser individuais, quando prevalecem os estados mentais referentes à nossa pessoa, nossa vida como indivíduo, e podem ser coletivas, quando prevalecem os estados mentais referentes ao conjunto de crenças, hábitos e valores, os quais não revelam coisas que pensamos com a nossa própria cabeça, mas sim, aquilo que há dos outros em nós, da sociedade em que vivemos” (...) “A consciência coletiva está viva na cabeça de cada indivíduo, sendo isso que nos obriga a nos comportar conforme o desejo da sociedade.”

E esse desejo (e expectativa) da sociedade, é sempre provocativo e julga com impiedade, podendo taxar-nos de covardes, incapazes e fracos, caso venhamos a recusar o desafio ou falhar na “missão” proposta.

Agimos assim, não por nós mesmos, mas pelos outros. Esperando não frustrar expectativas e tentamos nos mostrar inabaláveis e infalíveis no pronto atendimento àquilo que se espera de nós.

Nunca verão nobreza numa recusa !!!!

Felizes são os loucos, que não são escravos de nada ... nem de sua consciência.

Inquietamente,

Marcus Vinícius T. Cabral
03/04/2010

sábado, 27 de março de 2010

Frei Betto: A oração do Pai-nosso

Pai-nosso que estais no céu, e sois nossa Mãe na Terra, criador da aurora boreal e dos olhos enamorados que enternecem o coração. Senhor avesso ao moralismo desvirtuado. Santificado seja o vosso nome gravado nos girassóis de imensos olhos de ouro, no enlaço do abraço e no sorriso cúmplice,

Venha a nós o vosso Reino para saciar-nos a fome de beleza e semear partilha onde há acúmulo, alegria onde irrompeu a dor. Seja feita a vossa vontade nas sendas desgovernadas de nossos passos, nos rios profundos de nossas intuições, na respiração ofegante dos aflitos,

Assim na Terra como no céu, e também no âmago da matéria escura e na garganta abissal dos buracos negros, nos arsenais da hipocrisia e nos cárceres que congelam vidas. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, e também o vinho inebriante da mística alucinada, a coragem de dizer não ao próprio ego.

Perdoai as nossas ofensas e dívidas, a altivez da razão e a acidez da língua, a cobiça desmesurada e a máscara a encobrir-nos a identidade, a indiferença ofensiva e a reverencial bajulação. Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e aos nossos devedores, aos que nos esgarçam o orgulho e imprimem inveja em nossa tristeza de não possuir o bem alheio,

E não nos deixeis cair em tentação frente ao porte suntuoso dos tigres de nossas cavernas interiores, às serpentes atentas às nossas indecisões, aos abutres predadores da ética. Mas livrai-nos do mal, do desalento, da desesperança, do ego inflado e da vanglória insensata e da flacidez do caráter, da noite desenluada de sonhos e da obesidade de convicções inconsúteis. Amemos.